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Deyvid Bacelar diz que parques de energia eólica e solar não podem ocupar a terra onde são produzidos alimentos agrícolas
Sábado, 28 de Junho de 2025

Essa bandeira defendida por agricultores familiares em cidades do semiárido baiano foi incorporada pelo coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) Deyvid Bacelar, para quem é fundamental garantir que haja uma transição energética justa no estado da Bahia e em outros estados brasileiros. “A transição energética precisa realmente ser justa. Não faz sentido que grandes áreas territoriais sejam compradas por empresas estrangeiras, prejudicando famílias de agricultores familiares que estão deixando de produzir”, destacou Bacelar. “É preciso garantir contrapartidas para essas comunidades que estão instaladas em municípios baianos há centenas de anos, produzindo alimentos para a nossa sobrevivência e para a sua própria subsistência”.

Membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS) do governo Lula, o sindicalista lembrou que a instalação das placas de energia solar, por exemplo, causam grande impacto no campo, tornando improdutivas as terras onde são implantadas. “A instalação de placas fotovoltaicas pode limitar o uso do solo pra outras atividades agrícolas ou pecuárias. Mas muitos proprietários de terras estão optando em fazer parcerias com empresas de energia solar para diversificar suas rendas”, explica Bacelar. “No caso das eólicas, esses grandes parques só geram empregos durante a instalação das grandes torres e depois permanecem apenas os empregos para fazer manutenção, com salários muito baixos”.

O sindicalista afirmou que a maioria das empresas instaladas na Bahia está explorando riquezas, como o minério, o petróleo e agora nossa energia, sem deixar nenhuma contrapartida ou riqueza para as comunidades. “Não há até agora projetos sociais nem ambientais que compensem os prejuízos que os trabalhadores e agricultores estão tendo”, avalia.

O tema deve ser levado à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – a COP 30, que será realizada em novembro deste ano em plena Amazônia (na cidade de Belém, no Pará). Bacelar ressaltou que o Brasil precisa assumir o protagonismo na produção mundial de energias renováveis. “Estive agora em Caetité e em Guanambi, onde há mais de mil torres eólicas gerando energia e fazendo com que a Bahia se destaque nacionalmente como a maior produtora de energia eólica do país”, destacou. “Mas precisamos garantir que os parques eólicos e solares contribuam efetivamente para a economia local por meio da geração de empregos, programas socioambientais ou mesmo investimentos em infraestrutura”, frisou Bacelar.

Ele lembrou também que o Brasil precisa avançar no desenvolvimento de tecnologia para produzir os combustíveis do futuro, hoje uma prioridade para muitos países que buscam reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e promover uma transição energética justa e equilibrada. Destacou ainda a importância da produção de SAF, combustível Sustentável de Aviação (biocombustível produzido a partir de fontes renováveis, como óleos vegetais e resíduos orgânicos, que podem reduzir as emissões de gases de efeito estufa da aviação em até 80%); diesel verde, biometano e hidrogênio verde. “O governo brasileiro tem apoiado o desenvolvimento desses combustíveis por meio de programas como o Programa Nacional de Combustível do Futuro, que visa fomentar a produção e o uso de fontes de energias mais sustentáveis”, lembrou Bacelar.

Ele acrescentou que, em 2024, foi sancionada a Lei do Combustível do Futuro (Lei 14993) para promover a mobilidade sustentável e a descarbonização do transporte público no Brasil. “Estamos acompanhando passo a passo o processo de transição energética no Brasil”, garantiu Bacelar. Nos últimos anos, as grandes empresas de energia eólica e solar instaladas no semiárido da Bahia têm tido um impacto significativo na economia local, entre elas a Neoenergia, com o Complexo Eólico Neoenergia Caetité, que possui capacidade instalada de 90MW e está localizado no município de Caetité, a Brennand Energia, com várias usinas eólicas em operação na Bahia, incluindo EOL Banda de Couro, EOL Baraúnas I, II e IV, EOL Morro Branco I, entre outras, localizadas principalmente em Sento Sé.

Uma das ideias de Bacelar é garantir, por meio da legislação, que as empresas instaladas no país realizem o pagamento de royalties diretamente à população do entorno de seus projetos, além dos contratos de arrendamento mencionados, com investimentos em infraestrutura que possam dinamizar a economia desses municípios e que possibilitem o desenvolvimento regional.

 

FONTE: politicalivre.com.br  
 
 

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