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Ivana Bastos supera desconfianças e se firma como peça-chave da política baiana ao completar um mês na presidência da Assembleia
Sexta-Feira, 18 de Abril de 2025

Apesar de ter nascido em uma tradicional família da política do sudoeste do Estado, a deputada Ivana Bastos (PSD), que completa nesta sexta-feira (18) o primeiro mês como presidente efetiva da Assembleia Legislativa, nunca teve vida fácil para chegar aonde chegou e entrar para a história como a primeira mulher a comandar a Casa. Aliás, a fama de guerreira que não desiste nunca é endossada pelos parlamentares, que esperam tirar proveito deste atributo da colega para facilitar as negociações de demandas com o governo.

Um exemplo da perseverança de Ivana ocorreu na segunda eleição dela para deputada, em 2014, já pelo PSD (a primeira foi pelo MDB, quando ex-ministro Geddel Vieira Lima disputou o Palácio de Ondina). Por se tratar de uma mulher, o grupo liderado no município de Palmeiras pelo ex-prefeito Marcos Teles se recusou a apoiá-la quando o nome da parlamentar foi sugerido como representante para a Assembleia, em substituição ao do ex-deputado Gilberto Brito, derrotado no pleito anterior e que era conhecido tanto pela cordialidade quanto pela jeito matuto.

Com o apoio do então vice-governador Otto Alencar (PSD), eleito senador pela primeira vez em 2014, a caetitense Ivana conseguiu reverter a situação e terminou o pleito como a deputada estadual mais bem votada na cidade, o que se repetiu em 2018 e 2022. “Sobre esse episódio, eu costumo dizer que aquela turma, todos amigos atualmente, queriam um Lampião, mas tiveram que aceitar uma Maria Bonita”, brinca Ivana.

Embora busque contornar com leveza os obstáculos impostos pelo machismo impregnado no ambiente da política, Ivana já deixou claro que é dura quando necessário. Na semana passada, repreendeu em tom elevado o deputado Euclides Fernandes (PT) por ele ter gritado com ela ao defender a retirada de pauta da votação de um projeto. “O senhor não grite comigo. Me respeite!”, disse, encabulando o novo petista, que é famoso pelas grosserias.

“Sempre procurei levar as coisas com leveza, inclusive para enfrentar o machismo e os esteriótipos. Mas algumas vezes precisei me impor, sim. E não foi fácil. Antes da Assembleia, tentei ser candidata a prefeita de Guanambi, mas não consegui nem a legenda. Depois, perdi três eleições para deputada estadual, mas não desisti nunca. Aí fui conquistando os espaços, inclusive sendo três vezes presidente da Unale (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais), mesmo não tendo reeleição na entidade. Hoje tenho meu sonho de ser presidente da Assembleia realizado”, ressalta.

O destino e o Judiciário confabularam juntos para que Ivana Bastos completasse os primeiros 30 dias no comando da Assembleia justamente no mês dedicado às mulheres. Ela aproveitou a oportunidade e articulou homenagens e a votação de projetos de deputada. Além disso, apoiou de forma hábil a eleição da deputada Fátima Nunes (PT) como 1ª vice-presidente da Casa, cargo que era da própria Ivana antes de assumir o comando da Casa.

Melhorando a relação

Nos primeiros 30 dias como presidente efetiva, Ivana Bastos buscou imprimir o seu ritmo de trabalho. Fez uma rápida transição com o antecessor, deputado Adolfo Menezes (PSD), e estabeleceu uma rotina de reuniões da Mesa Diretora e com o colégio de líderes, além de abrir o diálogo com as bancadas dos partidos na Assembleia, ouvindo solicitações e discutindo melhorias na política e na gestão da Casa. Um dos compromissos já foi colocado em prática: o de votar todo mês projetos de autoria dos parlamentares.

Muitos dos colegas que antes vinham Ivana com desconfiança e não acreditavam que ela pudesse chegar à presidência da Assembleia, mesmo tendo sido a deputada estadual mais bem votada no geral (entre homens e mulheres) no pleito de 2022, mudaram de posição, por livre vontade ou receio de perder espaço no Legislativo. Até adversários locais reconhecem que a personalidade aguerrida, conciliadora e aberta de Ivana, bem diferente do jeito tranquilão, impositivo e centralizador de Adolfo Menezes, pode ser um trunfo político para a Casa.

“Mesmo estando em campo oposto ao dela em Guanambi, apoiei Ivana para presidente e reconheço as qualidades dela. Ela é mais aberta. Pelo perfil dela, acho que terá um papel fundamental para atender as demandas internas dos deputados, como a questão de termos veículos mais seguros para viajar. Ela também pode atuar para aperfeiçoar, e muito, essa relação nossa com o governo do Estado. Creio que ela está bem disposta a isso”, afirma o deputado Felipe Duarte (PP).

“A nossa presidente é do tipo que vai para cima, não tenha dúvida. Isso será bom para os deputados. Não tenho dúvidas de que ela representará os interesses tanto dos parlamentares da maioria quanto da minoria. Temos a expectativa, por exemplo, de que a nossa nova presidenta nos ajude a pressionar o governo a pagar as emendas impositivas de todos os deputados, e não apenas dos aliados”, destaca o líder da oposição, deputado Tiago Correia (PSDB).

Ivana Bastos garante que lutará pelos interesses dos parlamentares tanto dentro da Assembleia quanto no relacionamento com o governo Jerônimo Rodrigues (PT), de quem é aliada. “A Assembleia é a Casa do povo, mas eu também tenho que proteger meus pares, lutar por eles. Estou ali para isso, com seriedade, com imparcialidade. Sou base do governador, sim, mas sou presidente de todos os deputados. Não tenho o perfil de quem atropela, estou aqui para somar. Mas sei o lugar que ocupo e o que ele exige de mim”.

Eleições do futuro

Como presidente da Assembleia, Ivana Bastos também reconhece que ganhou peso político para opinar sobre o cenário eleitoral de 2026. Ela afirma que vai trabalhar para que o PSD e o PT sigam unidos, mesmo diante da possibilidade de o senador pessedista Angelo Coronel, que almeja a reeleição, ser alijado da chapa majoritária para ceder espaço ao ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), também de olho no Senado.

“Coronel é um amigo querido, me apoiou para presidente da Assembleia. A reivindicação dele é justa. Mas eu acho que isso vai se ajustar. O PSD é do grupo, da base. É governo. Não enxergo o partido na oposição”, pondera a deputada.

Ivana também é uma das principais aliados do presidente do PSD da Bahia, senador Otto Alencar, que hipotecou o apoio da legenda ao nome dela para a 1ª vice-presidência da Assembleia e depois ao comando da Casa. A parlamentar é vista, inclusive, como uma possível sucessora de Otto na Alta Casa do Congresso Nacional, visto que o pessedista não pretende concorrer à reeleição em 2030.

“Está brincando comigo? Acha que vou fazer conjectura para 2023? Não sou louca e tenho juízo. Minha preocupação agora é em exercer meu mandato de deputada e de presidente da Assembleia”, disfarça.

 

FONTE: politicalivre.com.br  
 
 

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