Prefeituras     Câmaras     Outras Entidades
 
 
 
SEJA BEM VINDO A TRIBUNA ONLINE
GUANAMBI/BAHIA - Sábado, 27 de Julho de 2024
 
 
 
ONDE ESTOU: PÁGINA INICIAL > NOTÍCIAS
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

   
 
 

EDITAIS

NOTÍCIAS

 

Cadeia produtiva do leite vê cenário desafiador em 2024
Sábado, 17 de Fevereiro de 2024

Com duas guerras em andamento no mundo, desempenho fraco das grandes economias globais e juros elevados, os pesquisadores e analistas do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa (CILeite) não esboçam muito otimismo para a cadeia láctea em 2024.

O analista José Luiz Bellini acredita que este será um ano desafiador para produtores e laticínios. “Depois de um ano difícil, 2024 ainda não será o ano da recuperação e continuaremos observando a exclusão de produtores menos eficientes e de pequenos laticínios, como tem ocorrido nos últimos anos”, lamenta Bellini.

Somado à complexa conjuntura global, o recuo das importações chinesas têm mantido os preços internacionais estáveis, mas abaixo da média histórica.

Embora demonstrasse uma ligeira alta de 1,6% em relação ao evento anterior, no leilão de 05/12 da Global Dairy Trade (GDT) a média de preços das negociações foi de US$ 3.323/tonelada (valor que já esteve acima de US$ 5.000/tonelada, em março de 2022). “Esses são dados que corroboram para a produção de leite acanhada dos maiores exportadores de lácteos”, afirma o analista.

Mas se o cenário internacional é motivo de preocupação, o ambiente interno traz notícias positivas. O crescimento do PIB em 2023 desafiou as previsões iniciais de 0,5% e superou a marca dos 3%. A inflação está controlada e o desemprego, em queda.

“No entanto, esse bom desempenho da economia ainda não repercutiu na cadeia produtiva e o consumo de lácteos continua baixo”, argumenta o pesquisador Glauco Carvalho. A edição de dezembro da Nota de Conjuntura Econômica do CILeite aponta que a fraca demanda interna também é um dos fatores que comprometem a rentabilidade dos produtores.

“Em vários estados, pequenos produtores estão recebendo menos de R$1,80 pelo litro de leite, o que é insuficiente para remunerar a produção”, avalia Carvalho.

Desde julho do ano passado, a relação de troca do produtor (Índice de Preços Recebidos IPR/Índice de Preços Pagos – IPP) é menor que a média dos últimos sete anos. A consequência da baixa rentabilidade dos produtores é o desestimulo à produção. Já há alguns anos, o volume de leite produzido no Brasil está estagnado em 34 bilhões de litros anuais.

Um fator que também contribuiu para descapitalizar o produtor foi o grande volume de importações ocorridas no ano passado, principalmente no período da entressafra, quando o preço do leite ao produtor fica mais atrativo.

“A queda da produção na entressafra foi suprida pelas importações, aumentando a oferta de leite no mercado”, diz Bellini. O analista informa que até setembro do ano passado o volume de leite produzido pelo Brasil cresceu 1,4% em relação ao mesmo período de 2022 e a oferta de leite per capita subiu 5,3% por conta das importações, que superaram dois bilhões de litros de leite equivalente ao longo do ano.

“Mesmo com a desvalorização do leite nacional, as importações se mantiveram motivadas pela grande competitividade externa”, diz Carvalho. Na muçarela, por exemplo, a diferença de preços praticados no Brasil e nos países exportadores chegou 45,8% e no leite em pó integral, 31,5%.

Argentina e Uruguai, os principais países exportadores de leite para o Brasil possui preços historicamente mais competitivos devido a uma eficiência média no setor superior à realidade brasileira. Enquanto o preço médio do litro de leite no Brasil está a 39 centavos de dólar, o leite argentino custa 35 centavos de dólar e o uruguaio, 36. No fim do ano passado, o Governo Federal anunciou duas medidas para incentivar a atividade.

O CILeite aponta que a pressão das importações fez com que os principais derivados lácteos no mercado atacadista nacional registrassem desvalorização de preços ao longo do ano. No leite UHT, as cotações caíram 18,6% de maio a novembro chegando a R3,76/litro.

Na muçarela a queda foi de 15,6%, chegando a R$26,88, no mesmo período. “Não é só no campo; nas indústrias, as margens também foram ruins, com diversos laticínios contabilizando prejuízo no ano que se inicia”, afirma Carvalho.

Perguntado aos pesquisadores e analistas do CILeite o que produtores e laticínios devem fazer para enfrentar um ano que se anuncia difícil, eles sugeriram criatividade e diversificação. A produção de leite artesanal, por exemplo, está em ascensão e pode ser uma saída para muitos produtores. O Analista Lorildo Stock, por sua vez, disse que o produtor precisa se especializar.

“A atividade leiteira é complexa e permite fragmentar a produção em setores como volumosos, recria de animais e leite. Pode ser que o pecuarista tenha maior vocação em alguma dessas áreas e ao se especializar, otimiza a produção”. Quanto à indústria, a pesquisadora Kennya Siqueira diz que os laticínios devem diversificar seus produtos de acordo com a tendência do consumo, que aponta para alimentos saudáveis, funcionais e sustentáveis.

 

FONTE: www.canalrural.com.br  
 
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS: