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Papel baiano: investimentos na produção de papel e celulose ultrapassa R$ 1,4 bilhão
Atividade atrai novos investimentos e aposta na diversificação dos negócios para continuar crescendo
Sábado, 18 de Agosto de 2018

Quinto maior produtor de eucalipto do Brasil, com pouco mais de 615 milhões de pés plantados, segundo o Censo Agropecuário 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em julho, a Bahia vive uma expansão de negócios na silvicultura e na produção de papel e celulose. Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), entre  2015 até o segundo semestre deste ano, os investimentos previstos  nesta  área somam recursos da ordem de  R$ 1,4 bilhão.

De acordo com o superintendente de Atração e Desenvolvimento de Negócios, ligada à SDE, Paulo Guimarães, se for considerado o fluxo de investimentos nos últimos dez anos, a Bahia recebeu  R$ 1,7 bilhão em recursos com as 25 empresas implantadas e ampliadas no setor de base florestal.“Já o setor madeireiro recebeu investimentos aproximados de R$ 30 milhões, com oito empresas implantadas e a geração de 435  empregos”, informou Guimarães, que destaca ainda os investimentos da empresa Veracel Celulose, que tem fábrica em Eunápolis, no Extremo Sul da Bahia. “Está em execução um projeto de expansão e duplicação de R$ 700 milhões”, afirmou Guimarães.  Papel higiênico
Os destaques mais recentes do setor no estado  são para a produção de papel higiênico. Mas há quem aposte também na diversificação dos negócios.  Em março, a OL Indústria de Papéis Ltda, empresa que há dez anos fabrica papel higiênico em Feira de Santana, investiu R$ 10 milhões para abrir uma fábrica de fraldas em São Gonçalo dos Campos, com capacidade para produzir cerca de 10 milhões de unidades ao mês.

O diretor administrativo-financeiro da empresa, Valdecir Bechel, informou que o objetivo  é atender ao mercado nordestino, onde ele diz que tem percebido na população local  uma mudança para o consumo de outras marcas, em detrimento das mais tradicionais. Em São Gonçalo dos Campos, a empresa fabrica a fralda Fofura Baby, e emprega em seu processo produtivo 30 funcionários. Em Feira, são 500.

“Mesmo na crise, temos crescido e estamos planejando novos investimentos e aumento da produção”, informou o executivo. A OL Indústria de Papéis planeja investir R$ 25 milhões até a metade de 2019 na fábrica de papel higiênico de  Feira de Santana, e aumentar a produção de 2,6 mil toneladas mensais em 20%. O carro-chefe da empresa, diz Bechel, é o papel higiênico Velud, de folha dupla e voltado para as classes A e B.

Mas a OL fabrica também papéis higiênicos com o aproveitamento de material reciclado. “Com esses papéis reciclados, fazemos papéis higiênicos para as classes C,D e E. São produtos mais simples e que têm seu público consolidado também”, disse, informando   que só tem se preocupado nos últimos anos com o aumento do preço da celulose.

“Agora é que o preço deu uma estabilizada, mas de janeiro para cá subiu  84%, e hoje está em R$ 3.700 a tonelada da celulose de fibra curta, que é a que usamos aqui para fazer o papel higiênico”, disse Brechel. A celulose que ele compra vem de Mucuri (Extremo Sul da Bahia) e é fabricada pela  Suzano Papel e Celulose -  uma das maiores empesas do setor.

Concorrência
A Suzano, inclusive, passou a fazer concorrência na Bahia e no Nordeste no setor de papel higiênico com a marca Mimmo, lançada este mês. Além de Mucuri, o produto está sendo fabricado na unidade de Imperatriz (MA). Para expandir os negócios, a empresa fez investimentos de R$ 540 milhões nas duas unidades, com equipamentos adquiridos no início de 2018. A capacidade de fabricação é de 120 mil toneladas/ano.

E com a compra este ano da Fábrica de Papel da Amazônia (Facepa), que opera fábricas em Belém  e Fortaleza, a Suzano passou a ser a terceira maior fabricante de papéis sanitários do Brasil, com posição de destaque nas regiões Norte e Nordeste.

“Queremos ser líderes de mercado nas regiões Nordeste e Norte até o final deste ano. Para isso, ampliaremos a oferta local de produtos de alta qualidade e estaremos ainda mais próximos dos nossos clientes”, diz  Fabio Prado, diretor executivo de Bens de Consumo da Suzano Papel e Celulose.

Somadas Suzano e Facepa, a capacidade instalada nas quatro fábricas é de cerca de 170 mil toneladas anuais de papéis sanitários. O total de investimentos, nas fábricas recentes, é de R$ 850 milhões. Nas unidades da Bahia e do Maranhão, a produção é dividida entre produto acabado e papéis comercializados no formato “jumbo rolls” (rolo jumbo).

A Suzano é a segunda maior produtora de celulose de eucalipto do mundo e a maior fabricante de papéis de imprimir e escrever da América Latina. Possui sete unidades industriais no Brasil, escritórios internacionais em seis países e estrutura de distribuição global preparada para abastecer mais de 60 países.

Na Bahia, a área florestal que abastece as operações da unidade Mucuri é de 259 mil hectares. Essa área está dividida entre os estados da Bahia, do Espírito Santo e de Minas Gerais. Dessa área total, 135 mil hectares são referentes a áreas plantadas.

O setor de base florestal no estado possui, no total, 647,8 mil hectares plantados (a maior parte com eucalipto) e 32,3 mil hectares com seringueira, que alimenta a indústria da borracha.Atividade emprega 230 mil  no estado
O setor de base florestal da Bahia gera, atualmente,  cerca de 230 mil empregos diretos e indiretos. “O setor é alavancado por diversos outros segmentos da economia, como a mineração – para processar o minério a partir do cavaco de madeira de eucalipto. Quando a construção civil cresce, vem a demanda por madeira para móveis, poltronas, colchões, e o setor de papel e celulose também precisa de matéria- prima que é o eucalipto”, diz  Wilson Andrade, diretor executivo da Associação Baiana de Empresas de Base Florestal (Abaf).

Ele  destaca ainda o lado da preservação ambiental das empresas. “Para cada hectare plantado tem 0,7 hectare de mata nativa preservada”, garante Andrade. Segundo  ele,  a demanda por mais papel e celulose é crescente, sobretudo pelo  mercado asiático, onde a China é o maior comprador de celulose e, por isso, tem regulado o preço do produto.

Em 2017, segundo dados do Ministério da Agricultura, a Bahia exportou 1,6 milhão de toneladas de celulose para a China e este ano já ultrapassa 905 mil toneladas. O total exportado de celulose, em 2017, pela Bahia foi de 2,7 milhões de toneladas. Este  ano,  o montante já alcança 1,7 milhão de toneladas.

 Regiões
A produção de celulose da Bahia é concentrada mais no extremo sul, mas há plantações no sudoeste, oeste, litoral norte e na Chapada Diamantina. “Hoje, com as tecnologias, em praticamente qualquer solo se pode plantar o eucalipto, desde que se faça as correções necessárias para que se tenha produtividade”, disse Wilson Andrade. “Basta fazer investimentos corretos, como em qualidade de mudas  e em manejo”.

Segundo a Abaf, as condições climáticas adequadas e favoráveis ao desenvolvimento florestal contribuem para os expressivos indicadores estaduais de produtividade florestal na Bahia, com média aos 7 anos e  34 m³/ha ao ano.

Historicamente, a média de produção de madeira em tora na Bahia é 16 milhões m³/ano. O total destinado à produção de celulose e papel   é a mais representativa no estado, sendo que dos 16 milhões de m³ produzidos pelo setor florestal estadual em 2016, 86% foi para atender a indústria de celulose e papel.

 A produção total de madeira em tora na Bahia em 2016 representa 7% do total nacional, sendo que praticamente 100% refere-se à madeira de eucalipto.

Fábrica  é autossuficiente em energia
Instalada em Eunápolis desde 1991, a Veracel tem capacidade de produção de 1,1 milhão de toneladas de celulose branqueada de eucalipto por ano e sua totalidade é direcionada ao mercado externo. A fábrica foi projetada para ser autossuficiente e produzir toda a energia elétrica necessária para a sua operação. Do total de energia produzida, 65% é utilizada na produção da companhia e o restante é direcionado para o mercado, contribuindo para a receita da empresa.

O excedente de energia é suficiente para abastecer três  cidades do sul da Bahia. Em 2017, a empresa aumentou a geração de excedentes de energia para o mercado, disponibilizando 44,3% a mais em comparação ao ano anterior. Nos últimos anos, mais de 90% da energia da Veracel foi proveniente de fontes renováveis.

A companhia emprega hoje cerca de três mil pessoas. Em 2015, foram pagos R$ 96,7 milhões entre salários e benefícios. No ano passado, esse valor passou para R$ 111,1 milhões – um encremento de quase 15% em dois anos. Segundo a empresa, são R$ 660 milhões injetados em compras e serviços na economia local e  R$ 105 milhões pagos em impostos municipais, estaduais e federais anualmente. Desse total, R$ 16,456 milhões são destinados aos municípios onde a empresa tem atuação.

Em 2017, a Veracel investiu R$ 29 milhões em projetos de infraestrutura (estradas para projetos próprios e atendimento a demandas de terceiros). Foram R$ 5 milhões em projetos sociais.

 Florestas
A empresa possui florestas plantadas de eucalipto em 10 municípios do sul da Bahia. “Em todos eles, a empresa respeita os limites de plantio e as condicionantes de operação estabelecidas pelos órgãos licenciadores. Além disso, a cada hectare com plantio de eucalipto, é destinado outro hectare à preservação ambiental”, afirma a empresa, em nota.

Como forma de contribuir para o equilíbrio entre suas operações e as demais atividades presentes na região, a Veracel mantém suas plantações abaixo do limite estabelecido pelas condicionantes, entre 15% e 20% em relação à base territorial dos municípios litorâneos. “Além disso, a empresa respeita a distância mínima de 10 km da costa, já que essa faixa territorial guarda importantes características ambientais, históricas e culturais, ideais para atividades de turismo e lazer”, informa a empresa.

 

FONTE: www.correio24horas.com.br  
 
 

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